A agricultura familiar une gerações em uma fazenda na região em Mário Campos, onde pai, mãe e filho utilizam conhecimentos distintos para impulsionar a produção.
Em uma horta cultivada em uma área de 2 hectares são produzidas folhagens que abastecem a região. A produção é uma ideia de Wilian do Nascimento Borges, de 55 anos, que deixou a vida como ajudante de pedreiro em Belo Horizonte para se dedicar à agricultura, assim como faziam outros familiares.
Hoje, Wilian é seguido pelo filho Luiz Fernando Silva Borges, de 20 anos, que participa ativamente de todas as etapas da produção, do manejo à comercialização. “Planto, cuido das mudas, esterco, adubo, opero máquina agrícola, faço irrigação, pulverização, colheita e ajudo na banca”, conta o jovem.
A mãe, Luciene Borges, também é envolvida com o processo produtivo, sendo responsável pelo financeiro. "A horta nos ensina muito sobre gestão, se eu planejo a produção, consigo colher bem e vender com facilidade. Outro ponto positivo é que meu pai me dá muita liberdade, e o respeito é mútuo. A única coisa que não controlamos é o clima, o restante temos aprendido dia a dia como melhorar", diz ela.
O planejamento feito em família tem dado frutos, como a recente aquisição de uma caminhonete para fazer as entregas, e alimenta o sonho de migrar para um terreno maior e construir a casa própria.
Para todo esse planejamento da produção familiar, eles contam com apoio do Programa de Assistência Técnica e Gerencial Olericultura do Sistema Faemg Senar e do Sindicato dos Produtores Rurais de Brumadinho. Juntos, eles estão inserindo a gestão na rotina e conhecendo novas técnicas e manejos alternativos, sustentáveis e de baixo custo, salvando algumas culturas como no caso da couve, que sofria constantemente com os danos causados pela doença do pulgão.
Outras práticas também têm sido adotadas: ajustes nas irrigações e na dosagem da aplicação de produtos agrícolas desenvolvidos a partir de ativos biológicos, adubação equilibrada, e recomendação de correção do solo após análise dos resultados de material enviado para o laboratório. Estas ações trouxeram melhorias também na qualidade e aumento na produtividade do cultivo da alface lisa, crespa, roxa, americana, almeirão, couve, cebola, salsa, agrião, espinafre, acelga, beterraba, hortelã, mostarda, coentro e cenoura.
Os dados da família apontam que 8.242 unidades de hortaliças foram produzidas a mais entre julho de 2023 a maio de 2024, se comparado ao primeiro ano agrícola.
“Em geral o agricultor é meio relaxado com as contas e fica meio à mercê de novas práticas. Agora, as coisas estão mais organizadas, a gente sabe para onde o dinheiro está indo e trabalhamos no ‘azul’”, disse Willian. “E é bom que meu filho inicie o protagonismo na agricultura fazendo o certo, sendo mais assertivo”, acrescentou.
